quinta-feira, 3 de novembro de 2011

TEORIA E PRÁTICA DAS GRAVATAS

Numa reunião de gravatas, ia esticado o alarido porque queriam revelar ao mundo o seu valor e os seus padrões, sempre com o fito de se sucederem umas às outras, dentro do mesmo armário onde tudo está quentinho e arrumado.
Ora como a sua imaginação está ali confinada à sua forma pré-concebida, mais finas, mais grossas, mais compridas ou mais curtas, serão sempre gravatas e apenas o fundo pode variar. Mas a forma, essa, lá está, imóvel, ensimesmada e, por isso, a carecer de elogio permanente face às debilidades próprias e à sua imutabilidade orgânica.
Ora, a reunião visava discorrer sobre como fazer ver ao mundo exterior às gravatas, que elas pensam e agem no bem comum.
Eis se não quando se lembram que seria boa ideia desenvolver espaços em que enormes ventoinhas no alto de montes produziriam eletricidade e desenvolvimento, leram bem - desenvolvimento - mesmo que as ditas ventoinhas não passem de monstros de ferro e fibras, pespegados no alto de esguias "estacas", que andam ali às voltas ao sabor dos ventos, quietas e mudas nas clareiras dos pinheiros entretanto desaparecidos, independentemente do que produzem para o bem comum, digamos....
Nos seus compartimentos, gravatas de várias cores e padrões esgrimem a solidez dos seus argumentos e de como as gravatas mais importantes e competentes reduzem a pó as gravatas menos importantes e menos competentes. E as ventoinhas nos montes, caladas, enormes, com luzes que piscam - brancas de dia, vermelhas à noite, e quanto não é significativa uma luz vermelha na noite!... - sempre às voltas, com os senhores das gravatas felizes porque elas no alto dos montes e os incréus desengravatados, de bocas abertas adivinhando moscas entre palavras e, dali a algum tempo, lançando pragas à praga e traças às gravatas que a trouxeram.
Para as gravatas aperaltadas, a traça dos armários fará paulatina e ordeiramente o seu serviço, na falta óbvia da naftalina!...

13 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem!
Grande A. Luís!

Anónimo disse...

Brutal...é só o que se pode dizer!
Em Serras em que mais nada se possa fazer, até as aceito, agora ali...
Fazer uma delegação de turismo e não só, na Atalhada, um museu na Portela de Oliveira e, depois espetar lá com as ventoinhas!? Valha-me Deus!

Anónimo disse...

Onde estaria escondida esta cabecinha pensadora das 12:16 durante mais de 20 anos?

Anónimo disse...

Parabéns, António Luís! Um texto absolutamente sublime que, parecendo não querer dizer nada, explica tudo tão claramente!

AS

Anónimo disse...

O parque eólico que era bom há 7 anos, que andou com estudos durante mais uns 8, passou de bestial a besta. Típico. Vai-se fazer já não presta. Faça-se em Paradela da Cortiça. Deve ser melhor.

Anónimo disse...

Típico é este senhor A. Luís estar sempre contra tudo em Penacova. Nunca li nada em que ele dissesse que concordava.
E este texto pode até estar muito bem escrito, mas é triste que um penacovense, mesmo longe esteja assim contra o desenvolvimento da sua terra.

Anónimo disse...

Este magnífico texto do caro amigo A. Luís, fez-me viajar para uma realidade longínqua da taberna...onde haviam meninas, dois taberneiros e uma série de clientes interessantes!...Enfim, tempos que vão e não voltam...mas que surgem na memória por um raio de criatividade só ao alcance de um predestinado!...

Anónimo disse...

O que não lembra o Diabo, lembra-se o Municipio de Penacova....
Deviam lembrar-se de por o pagamento das refeições da nossas crianças das escolas, por meios como: Multibanco/Payshop/Online ou onde pagamos a agua...!!!!!!!!
Agora na tesouraria da camara municipal!? em horario Laboral!?
SÓ DE MALUCOS!...
o que deviamos é não pagar! para ver, se as crianças ficavam sem almoço!!!!

Anónimo disse...

Concordo com o anónimo das 21:13.
o senhor A. Luís está sempre a criticar tudo, ninguém lhe conhece nada que ele tenha feito pela sua terra. Só sabe criticar.

Anónimo disse...

E tantos que já não pagam. E tá visto que este último anónimo antigamente pagava pelos meios que aqui enunciou.

Gilberto disse...

Como (praticamente) sempre, vejo nos comentários muita ignorância, mas também como (praticamente) sempre, isso não é impeditivo de alguns tomarem posição e criticarem. Gandas illuminati´s, sem a menor sombra de dúvida…
Para que conste, a implementação de um parque eólico na cumeada do baldio do Bussaco, depois do posto de comando do Duque de Wellington e antes da Portela da Oliveira, são da inteira responsabilidade dos Compartes. Os Compartes de Sazes e Carvalho são os legítimos proprietários do espaço em causa. A decisão para permitir o estudo do projecto e possível implementação foi tomada por unanimidade em Assembleias. Em Sazes por exemplo, foram duas Assembleias com essa ordem de trabalho. O assunto foi debatido e aprovada a assinatura de um contrato entre os Compartes e a entidade exploradora. Os Compartes são gentes simples António, poucos, e muito raramente usam gravata.
Concordo que as ventoinhas esteticamente deixam muito a desejar, mas seja como for aquela zona segundo a A.F.N. é para ficar sem nada por uma questão de protecção aos fogos. Desta maneira sempre conseguimos alguma rentabilização e resolvemos o problema da limpeza.
A questão que se segue agora é a repovoação do baldio no espaço que resta…

Anónimo disse...

ISTO FOI O QUE LI.

ASSINADO UM ACORDO PARA INICIAR A FASE DE ESTUDOS.PELO MENOS É O QUE ESTÁ NO SITE DA CÂMARA.

E como não é a primeira vez que eles são feitos, só temos que esperar pelos estudos para saber se o nosso vento serve ou não.

PERCEBERAM????????

2011-09-14]
O município de Penacova assinou um protocolo com a EDP Renováveis para se iniciar, já a partir deste mês, A FASE DE ESTUDOS tendente ao licenciamento da instalação do parque eólico nos cumes da Serra da Atalhada, no concelho de Penacova.

Segundo Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova, "o município está a aproveitar as potencialidades dos seus recursos naturais e transformá-los em valor que reverta para o concelho e para as suas gentes".

Anónimo disse...

Mais uma aparição do senhor A. Luís que revela o despreso que ele tem pela sua terra! Critica tudo e é contra tudo. Por isso é que ele fugiu para junto do Alberto João. Lá Madeira é que é tudo bom.

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