Depois de Deus, o capital terá sido a segunda grande invenção da humanidade. O Homem ajoelha-se (e reza) perante o segundo com a mesma ritualidade que foi emprestando ao primeiro. A diferença está na fé, dirão os crentes, e eu concordo. A fé no capital é incomparavelmente maior, por muito que nos custe admiti-lo, e é mensurável numa qualquer fila de sexta-feira para apostar no jackpot do euro milhões.
Quase que consigo ouvir a devota senhora da imagem tagarelar, sem gaguejar:
Creio no capital, todo-poderoso
Creio no capital, todo-poderoso
Criador do céu para quem vive na terra.
E no crédito, seu filho e nosso senhor,
Que foi concebido para nos salvar.
Tantas vezes crucificado,
Tantas vezes crucificado,
Morto e sepultado,
Ressuscitou sempre
Para me manter animado.
Creio na felicidade e alegria
Creio na felicidade e alegria
que o dinheiro vivo me dá.
E quem de tal duvida
Que aprenda a fazer compras!
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