quarta-feira, 28 de novembro de 2012

às voltas com um monólogo

bem, era do tempo em que se compravam lp's e se gravavam e trocavam k7's piratas.
à pala disso embelezava alguns programas de rádio.
depois alguns fanzines dedicavam tempo e espaço - um luxo - a uma banda desconhecida.mas na província reinava uma rádio pirata.
no tempo em que as princesas gostavam de príncipes de voz grave.

a sua loja de discos preferida?
uma pequena repartição da papelaria almedina
na rua ferreira borges.
um bocadinho mais à frente...

(- ou seria atrás?
- depende de onde vinhas e para onde ias,
my god, estas dúvidas acompanharam-te pela vida fora,
entranharam-se - como diria o fernando.)

uma loja de discos assaz minúscula
enfim, um pequeno cantito da papelaria almedina.
reviver o passado em modo flashback.

(Qualquer coisa como
plano geral da entrada da loja.
A câmara desliza
sentido entrada rumo à loja de discos
desce as escadas
treme
o homem câmara vive uma ficção
e a câmara subjetiva-se).

A recordação treme
mas cria.
ao fundo 
a lojista enciclopédia.

(grande plano da mão
o dedo indicador e o polegar pressionam a cabeça do gira discos.
devagar
não vá a agulha riscar
o disco.)

(- qual era o nome da senhora?
- não sei! ah, espera, lembro-me do cabelo, do género Beatriz Costa, mas mais comprido.
- comprei lá tantos discos!
- quais?
- aquele ali mais abaixo, por exemplo.
- ei, desculpa lá! estou muito velho para fazer o pino!)


 


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