Nota da Gerência: Em virtude de ter já apresentado no gabinete do Provedor, o texto sobre o saneamento de um Padre, o taberneiro António Luís foi autorizado a regressar ao activo.
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Tem estado no estrangeiro, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde está a tirar um Doutoramento que o tem afastado destas lides. Mas o que é certo é que voltou e em grande forma.
Eis um pequeno trecho da sua palestra, há dias, na taberna.
«É sempre um prazer vir aqui à taberna. É um local de debate, o único em Penacova, onde não há virgens nem o politiquês de manual ou o politicamente correcto. Isso são coisas do stablishment socrático onde o debate é feito aos berros, brandindo as mentiras do costume que nenhuma repetição doentia tornará em verdades.
Tenho seguido a situação nacional e devo dizer-vos que me envergonha o desfile "angelical" do ainda Primeiro-Ministro que se tivesse meio átomo (expressão tão querida do taberneiro António Luís!) de vergonha, nem aparecia em público, quanto mais candidatar-se de novo a Primeiro-Ministro.
Depois, outros fenómenos como o controle tácito de grande parte da comunicação social, onde os amigos políticos tratam de fazer o trabalho cirúrgico, isto é, escolher frases e planos favoráveis, destruir a mensagem do adversário, seja ele qual e quem for, produz graves efeitos na saúde da democracia e da verdade das coisas. Este Primeiro-Ministro ficará na história como um habilidoso e perigoso manipulador, que não olha a meios para atingir os seus fins e que, do ponto de vista político sobreviverá na memória pelas piores razões, independentemente das muito poucas coisas boas que terá feito nestes anos.
Todo este mecanismo gera uma sensação de tensão entre as situações. A verdadeira situação, que a presença da "troika" destapou com uma crueldade de saca-rolhas, e a situação desenhada pelo governo e seus caciques que em seis anos tratou de hiper-exponenciar males que já vinham de trás, sob a ideia repetida da salvação.
Ora os Portugueses, a ajuizar pelas sondagens, ainda estão sob o efeito desta "droga" que lhes foi injectada em doses maciças ao longo deste seis anos, com uma habilidade de renda de bilros. Não vai ser fácil a cura desta espécie de "Síndrome de Estocolmo" que, como se sabe, reside no facto de a vítima se "apaixonar" pelo "criminoso" que a mal-trata.
Porém, a bem da nação, é bom que consigamos acordar em 5 de Junho e libertarmo-nos, pelo menos, de uma parte não despicienda do problema em que estamos embrenhados ou que, em boa verdade, fomos metidos de forma irresponsável.»
3 comentários:
É de saudar o regresso do caro amigo A. Luís, em grande forma, à taberna. Este post diz tudo aquilo que os penacovenses e portugueses precisam de saber sobre a realidade politica local e nacional...bem haja e até breve.
A censura (leia-se: máquina eleitoral do Status Quo) já se faz sentir aqui pela taberna!!! Quanto ao post, volto a dizer que reflecte bem a situação actual...
Um post de elevada capacidade...será por isso que tem poucos comentários?
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