LUÍS MENEZES REVELA SEGREDO GUARDADO HÁ DÉCADAS!

Enquanto sócios/gestores de uma Taberna que se quer sempre na vanguarda do serviço ao cliente, nós taberneiros costumamos visitar, uma vez por outra, a concorrência mais directa. Há dias, conforme puderam ler, passámos pelo Jo das Bifanas e, desta vez, resolvi dar um salto ao Beirão e visitar um amigo, o Luís Menezes, com quem já tive boas e profícuas conversas, quase sempre acompanhado pelo Paulo Duarte, que é dos poucos amigos que me consegue tirar de casa, fora do horário de expediente. O objectivo da minha visita, desta vez, era tentar que o Luís me explicasse da razão de ser da fama dos seus finos, considerados os mais bem tirados do concelho (pelo menos).

Quando entrei, o café estava vazio (momento raro) e nem o Luís eu via em lado nenhum. Até que, passados uns segundos o vejo sair de uma cave, cuja entrada se situa na passagem do balcão para a área dos clientes. Aproveitei o momento, tirei-lhe uma fotografia, meti-me com ele na brincadeira, como faço tantas vezes, e a conversa foi-se desenrolando:

- O que é que tu tens aí em baixo na cave Luís?

- Não sejas curioso rapaz. Olha que a curiosidade matou o gato.

- Não me digas que tens aí uma brasileira escondida?

- Estás doido ou quê!? Já me chegam as que tenho no Brasil à minha espera!

- Então o que é tu aí escondes, que nem me deixaste espreitar!?

- Olha, tenho ali um queijo escondido que é o melhor do mundo! Queijo de Serpa meu amigo, podes escrever lá nesse teu blog (ou o lá o que isso é) que o Luís Menezes disse que o Queijo de Serpa é o melhor queijo do mundo! E está para entrar aqui o cliente que me prove o contrário!

- Então mas se é o melhor do mundo porque é que o escondes aí em baixo? Não devia estar cá em cima à vista, para os clientes o verem e pedirem?

- Não Zé, há certo tipo de petiscos que não são para ser vendidos a qualquer borra-botas sem gosto que me apareça por aqui.

- Como assim?

- Então tu já viste o que era eu fazer um pires de queijo de Serpa a um traste que o comesse sem o apreciar, como se estivesse no McDonalds a comer um hamburger? Nem pensar! O meu queijo de Serpa é só para clientes que eu veja que saibam apreciar um bom queijo.

- Pronto já percebi. Mas tens a cave cheia de queijo de Serpa? Não tens lá mais nada?

- E tu a dar-lhe Zé. Chato do caraças!

- Pronto, se não quiseres não digas.

- Bem, por ser para ti, posso dizer-te que também lá tenho cinco arcas congeladoras.

- Cinco arcas!? Não me digas que mataste alguém...

- He he, brincalhão. Olha, posso assegurar-te que tenho ali cinco arcas cheiinhas de tremoços da Luz congelados.

- Cinco arcas cheias de tremoços da Luz? Mas para quê!?

- Então vou-te confidenciar uma coisa, mas não ponhas lá isto no teu blog. Metade da caixa que faço por dia é graças aos tremoços da Luz que me dão uma tiragem de cerveja brutal. Agora imagina que a mulher adoece ou decide tomar conta dos netos e deixa de produzir os tremoços? Eu ficava completamente entalado, a clientela esfumava-se e lá se iam as minhas viagens ao Brasil…

- Pronto já percebi. Mas eu afinal vim aqui para saber outra coisa. Como é que os teus finos são tão melhores que os da concorrência, incluindo os da nossa taberna? Há décadas que se diz que um fino bem tirado é no Beirão.

- Muito fácil amigo, não tem segredo nenhum. É lavar os copos e ter boa cerveja.

- Só isso?

- Só isso amigalhaço.

E por ali ficou a conversa. Voltarei lá em breve para beber um fino e comer um queijinho de Serpa…se o Luís achar que mereço, claro está.

Nota - Para quem não conhece, a Dona Luz é uma senhora que reside na Ponte e que vende os seus tremoços na Vila de Penacova.