quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Uma taberna na Jamaica


Na Jamaica a melhor sopa de cabra é servida numa malga civilizada. Rodeiam-na resquícios do homem de Neandertal. Vislumbram-se pitadas de preocupações espirituais e desnecessárias noções de conforto. À porta de uma barraca térrea estamos bem acompanhados, quando solicitamos uma sopa de cabra. Tão breve quanto possível, por ali o deus cronos não nos apoquenta, servem-nos uma sopa de cabra. Bebemos e choramos, muito. Enquanto a sopa não aquece, tentamos fazer amizade com o companheiro do lado,  acenando a cabeça em língua inglesa. Bem à beirinha da porta da taberna, experimentamos o conforto de um sofá anti-burguês, será de uma 4 L extinta?, segredam-nos que é o sofá das elites. Espirramos por uma cerveja, ou outra bebida alcoólica, desde que nos poupem a maçada do turístico rum jamaicano. Uma bebida decente chega, finalmente! O fogo está atiçado, as pernas estremecem, o corpo amolece, aconchega-nos uma sensação de bem-estar. Que raio de líquido esverdeado-avermelhado foi aquele? Atchim! Um passarinho pediu-nos para apreciarmos a paisagem.
Lá fora alguns trabalhadores brincam à hora de almoço.
Mais acima uma árvore empoleirada em três crianças.
Encostado à pedra milenar um rastafari pensativo.
No rádio da taberna ouvem-se os acordes dos jogos olímpicos, o novo deus jamaicano dá cambalhotas no ar, enquanto o velho deus cantarola "one love, one life, lets get together and feil all right".Regressamos ao taxi do velho Jack, que nos devolve umas histórias sobre uma ilha abençoada com reflexos tropicais.

Foto: Inês Henriques.

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