sábado, 28 de julho de 2012

O CALDO KNORR


Uma das perguntas que ficam latentes nos moralistas penacovenses (regra geral sem rosto e nome) a meu respeito prende-se com "a minha obra" - neste caso a falta dela - em prol de Penacova. É que tudo o que não lhes cheire a carneirismo partidário é zero e "obra" traduz-se em colar cartazes, gritar hossanas e louvores a líderes e, vá, dar o nome em listas de partidos e, um pouco mais concretamente, participar em algumas iniciativas que levantem o concelho do marasmo.
Como se constata, as suas obras tem sido imensas e Penacova é hoje, finalmente, um espelho de vida e progresso, bem para lá do meu palavreado irónico e, segundo eles, completamente inútil. Aliás, a dimensão da sua moral gera-lhes uma hipersensibilidade à crítica, tenha ela ou não fundamento. O panfletarismo camarário, para eles, é Shakespeare, Tolstoi ou Marquez para as suas leituras!
Mas pronto, andei  a vasculhar na minha memória e de facto não me lembro de ter o meu nome em nenhuma lista de apoio a qualquer político do concelho, logo, sou de facto um inepto no que toca à obra por Penacova.
Assim de repente, só consigo lembrar-me que desde 1996, escrevo regularmente, com nome e rosto, sobre Penacova e o mundo. São opiniões que só tem a importância que se lhes quiser dar e, ao que parece, há muita gente excitada com elas, ao ponto de insultos e similares se terem tornado prato do dia. Calma, senhores! Eu não sou tão importante assim. Aliás, não sou nada importante!
De certa forma, e com todo o respeito, defeco bem de alto para isso.
Recordaria apenas a primeira crónica que escrevi no Jornal de Penacova, na sua segunda edição, algures em 1996. Chamava-se "Avenida Sniper nº 0".
Num estilo próprio, eventualmente "chocante", alertei para a inexistência de uma máquina de venda de preservativos numa das farmácias da vila e de como a juventude penacovense enfermava de vida na sede de concelho.
Muita gente se espantou com a coisa, mas o que é certo é que não muito tempo depois, uma máquina apareceu numa das farmácias da vila, tornando mais fácil e seguro o sexo dos jovens penacovenses! Penso até que no "famoso" Mirante se terá notado a coisa...
E lá está. Não assinei nenhum programa partidário, não bajulei políticos, nada.
Limitei-me a escrever.
Mas como é evidente, pugnar por uma terra, no legítimo entender estes latifundiários da obra e agora novos donos de Penacova, é bajular políticos, perfilhar cartilhas medíocres e enfiar-se dentro de caixotes ideológicos sem nenhuma visão para o mundo.
Enquanto tiver vontade e pachorra, continuarei a escrever sobre Penacova. De quando em vez, gostem ou detestem. Mesmo estando longe...
Tudo isto é como os "caldos Knorr". A comida come-se bem sem eles, mas quando eles são usados, o sabor é, pelo menos, diferente!
Boas Férias para todos!

3 comentários:

Anónimo disse...

E mais uma vez não disseste nada que se aproveite. Já é recorrente.

Anónimo disse...

mesmo sem dizer nada, incomoda...

P. Ferreira disse...

Olha, cá estão os moralistas sem nome que o António Luís fala.
Só lhe dão razão. Ao menos calem-se se não querem que o homem tenha razão.

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