O tribunal judicial de Penacova

Foto: Jornal As Beiras

A confirmar-se a permanência de um tribunal em Penacova, estaremos, seguramente, perante um dos acontecimentos mais importantes para a sobrevivência do nosso concelho.

Ainda que, à partida, uma instituição deste tipo não seja considerada pelo senso comum como decisivo e direto fator de crescimento/desenvolvimento de um qualquer concelho, no caso de pequenos territórios interiorizados e de matriz vincadamente rural, um tribunal com o de Penacova marca o seu hinterland a vários níveis:

- Garante a dinamização de mais uma centralidade na vila: saindo do velho e decrépito edifício (que tinha a vantagem de não nos deixar esquecer o que é a nossa Justiça), irá criar-se um novo polo, fora do centro do poder. A vila já tinha, e bem, outras centralidades. Primeiro com a construção do “novo” Centro de Saúde e depois com a criação do eixo EB1/Centro Cultural/Piscinas Municipais, ganhou-se uma saudável e desejável descentralização de áreas funcionais, que “arrastou” vida para locais afastados do nosso “Terreiro do Paço”. Neste contexto, o novo tribunal virá enriquecer este quadro;

- Garante postos de trabalho: Para além da manutenção (em Penacova) dos postos de trabalho dos funcionários (nos tempos que correm, chega a ser uma obra de caridade), há que contar também com a criação indireta de emprego em áreas tão diversas como a restauração ou o apoio judiciário/jurídico;

- Por fim, garante um serviço que não existe na maioria dos concelhos limítrofes, o que, em si mesmo, constitui um fator positivo de distinção.

P.S. – Tomada que está a decisão, resta-nos assistir à inevitável repartição/reclamação do respetivo mérito. Do governo, dirá o PSD, por ter sido sensível aos argumentos locais. Do poder local, dirá o PS, por ter tornado o desfecho incontornável.