sábado, 2 de junho de 2012

MANUAL BÁSICO-PESSIMISTA


Ficou a saber-se, na passada 5ª feira, que um dos portugueses mais conhecidos, o "défice", ao invés de mais magrinho conforme o previsto pelo governo, decidiu engordar para os 7,4%. Como se constata, os sacrifícios impostos aos indígenas estão a resultar em grande. As "medidas extraordinárias" que o governo já anunciou, como diria um amigo meu, não são extra e apenas são ordinárias e uma vez mais, os suspeitos do costume, vão ao sapateiro para fazer mais um buraco no cinto.
Com menos de um ano de governo, a um ministro já é pedida a cabeça porque em seu redor esquemas e jogos obscuros, numa podridão que é perene. Os pequenos partidos (PCP e BE) pedem cabeças, o PS, um dos elefantes do regime, hesita entre o sempiterno duelo entre o "interesse nacional" e o "interesse partidário". As escolha é quase sempre pelo segundo porque a esfera dos poderes precisa de manter o movimento e portanto, o país e o interesse nacional bem podem sentar-se e esperar. 
PSD e CDS-PP, agora comprometidos com o pastoreio da pátria, assobiam para o lado à espera que o tempo passe a tradicional esponja limpa tudo...
Depois, em Belém, temos alguém que é como se não estivesse e ou não existisse. Apesar de nunca ter votado em Mário Soares nem tão pouco o subscrever nem politicamente nem de qualquer outra forma, ele pelo menos falava e não se escondia, mesmo quando montava tartarugas nas Seycheles ou dizia alguns dos seus tradicionais e solenes disparates. Mas existia. Mas falava.
Cavaco não! Existe mas é como se não existisse. Não se dá por ele. Não está nem tem estado.
Portanto, é impossível não ser pessimista. Não há boa vontade, muita ou pouca, que consiga vencer este caldo que é típico de tudo o que gravita em torno dos partidos que exercem os poderes. Todos de rabo preso e a tapar os respetivos buracos escavados na "cousa pública" num afã de formigas.

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando neste blog os comentadores falam de opinião em Penacova e quando depois leio esta do caro A. Luís dá-me vontade de rir...
Estarem caladinhos fazia-lhes tão bem.

Anónimo disse...

Como é possível um texto (escrito de forma sublime e inteligente...), retratar de forma tão simples e cruel a realidade dos nossos dias?... Apenas é possível graças ao dom extraordinário (tudo junto e bem agarradinho...)do caro amigo A. Luís!!! Isto não há segredos, quem tem mostra...quem não tem, tenta deitar abaixo quem tem!!!

António Luís disse...

Obrigado aos dois. palavras dessas fazem bem!
O principal aqui nem é tanto saber se a opinião está ou não bem escrita/estruturada.
O que não abunda em Penacova é opinião assinada e com rosto. E o Homem das Tabernas, por esse "lado", não deveria ser atacado.
Aqui as opiniões tem assinatura e rosto, quer se concorde ou não com elas!

Cumprimentos.
A. Luís

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