Taberneira - Alguns dos nossos governantes e gestores de empresas públicas das últimas décadas confirmam o que Freud disse um dia a um amigo: privamo-nos para manter a vossa integridade, poupamos na vossa saúde, na vossa capacidade de gozar a vida. E este hábito de reprimirmos constantemente os vossos prazeres é que vos transforma em seres tão refinados.
Alecrim aos molhos – Ah, já percebi a razão de ser da austeridade, o homem aranha gosta de nos visitar de vez em quando.
Taberneira com um ar espantado, desafiando intimamente o único neurónio que lhe resta, e não conseguindo abstrair-se da metáfora.
Alecrim aos molhos – Sim, e já agora, porque é que não nos aranhamos todos os meses de novo?
Taberneira - Porque, só de pensar que me vou separar da minha aranha preferida, uma parte do meu coração ficaria desfeito. Assim, esforço-me para evitar o sofrimento.
Zé Manel – Perceberam agora porque é que a carris, os metros, as águas e outras empresas públicas precisam de ser aranhadas?
Taberneira excitada com a sua refinada imaginação e, enquanto saltita animadita, desintelectualiza – Hum, bestial, montes de aranhas poderão produzir boéréré de teias em série.
Sem comentários:
Enviar um comentário