Era uma falha grave que manchava o nosso (inigualável) serviço. Sempre hesitámos em vendê-lo porque não é fácil encontrar vinho cor-de-rosa com qualidade no mercado. Procuramos, procuramos e raramente damos com qualquer coisa de tom rosado que nos desperte particular entusiasmo. Somos mais dados a um bom tinto, ainda que sempre tenhamos servido o cliente em função das suas legítimas preferências. Até laranjada aviamos, sem qualquer complexo.
De maneira(s) que, agora, depois de suprida esta lacuna, já ninguém pode apelidar-nos de facciosos ou tendenciosos. Ou melhor, poder podem, mas os seus protestos esbarrarão, invariavelmente, na cesta de vime onde vamos avolumando as borras putrefactas, filhas do azedume da acidez cobiçosa.
1 comentário:
O rosé é uma espécie de degeneração do vinho tinto. A metáfora é perfeita para o nosso espectro político.
O Cantoneiro.
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