sábado, 16 de julho de 2011

SEGUIDAMENTE SEGUE-SE...

Rui Reininho, carismático vocalista dos GNR, num mítico concerto algures no início da década de 90 devidamente registado em disco (In Vivo), proferiu estas palavras que registei - por lhes achar piada na sua redundância: "seguidamente segue-se..." introduzindo mais uma das músicas dessa actuação.
Aqui n' O Homem das Tabernas, no que me diz respeito, "seguidamente segue-se" uma pausa no serviço de balcão.
Não é fácil escrever todos os dias (não é apenas aqui que o faço), muito menos, escrever de certa forma - supostamente com piada ou com ironias que se desejam bem construídas - sobretudo num espaço que, sendo de considerações globais incide, sobretudo, sobre uma realidade sócio-geográfica que, para mim, presentemente, está longe.
Mil argumentos destruidores desta dedicação à causa penacovense podem ser esgrimidos, mas outros tantos concorrem em sua defesa, mesmo assumindo a clivagem incontornável da geografia.
Penacova é uma terra que se dá a muitas abordagens, quase tão diversas quanto o seu mosaico de paisagens e idiossincrasias.
O "espírito" d' O Homem das Tabernas não é consensual, o politiquês não assenta cá praça, nem a linguagem se veste de tecnocracia ou argumentário balizado. As palavras correm soltas na sua liberdade de penas ao vento.
Para mim, seria demasiado fácil e até cómodo, acreditem, aproveitar o afastamento físico para estabelecer o outro afastamento, o de raíz e de vivências que vêm da infância. Há demasiados espaços, sons, cheiros e olhares presos nas ruas, paisagens e povoações desta terra para que os tente esquecer, ou sobre eles estabelecer ausências e silêncios.
Por isso, mesmo longe, lhe dedico atenção, ainda que muitas vezes, o que escrevo não seja agradável nem suave.
Mas é o meu olhar que assenta no que escuto e na construção que fiz de uma terra a que, por mais que a geografia o tentasse e presentemente provoque, nunca arredei dos meus focos de interesse.
Longe como estou, ver uma fotografia ou imagem de Penacova, provoca emoção. E é em nome dela que continuo a escrever.
O tempo passou, muitos "tomaram" conta - bem ou mal - dos destinos desta terra, o escrutínio à sua passagem foi feito e a realidade do concelho espelha de modo completamente fiel o que (não) e como foi feito.
O desafio continua. 
Escrever sobre Penacova, entre risos e ironias, elogios ou críticas vai continuar a acontecer.
Por mim, para já, "seguidamente segue-se" uma pausa...
Obrigado a todos por me lerem e sobretudo ao José António Duarte pelas ajudas que me dá (um manancial inesgotável de assuntos sobre os quais escrever) e por me aturar!
Até breve!

2 comentários:

Anónimo disse...

A ajuda que o teu sócio te dá são mentiras que te transmite para te espalhares ao comprido.

Anónimo disse...

Obrigado pelos textos e volte sempre!

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