Imagem tirada daqui e adaptada pelo HDT
Quando verifico que a ignorância se sobrepõe à inteligência ou ao simples bom senso, o meu impulso para retratar as tristes figuras que fazemos é imediata.
Uma das inexplicáveis cegueiras que muito me incomoda é a importância que a maioria do povo dá às previsões astrológicas e aos chamados signos. Se é claro que os astros nos influenciam, essa influência nenhuma relação tem com o dia, hora ou local em que nascemos. Os astros influenciam-nos sim, mas em função do local em que nos encontramos e das nossas características físicas, como é óbvio.
Foram os antigos Babilónios que criaram um calendário com signos (nomes), apenas com o propósito de facilitar a memorização dos diferentes períodos do ano. Só mais tarde, no século XVI, esse mesmo calendário foi reaproveitado como um sistema de influências astrais, alimentando uma cambada de mercenários que se aproveitam disso até hoje.
A propósito aqui ficam uns humildes versos com que pretendo ironizar a importância dos signos nas nossas vidas:
Sob o signo da ignorância
Aceita, e não discutas, amigo otário,
Que Peixes liga bem com Aquário.
E que se te meteres com um Escorpião,
Não há futuro em tal relação!
Se for Virgem a lã do Carneiro?!
Vende-a já, que farás bom dinheiro.
E quanto ao amor, se és Leão,
Solta as garras, prende um coração.
Maior azar tem o Sagitário.
Dizem os planetas que ficará solitário.
E se na saúde, Capricórnio é traiçoeiro,
Já no prato, Caranguejo é milagreiro.
Gémeos brancos, cabeça pesada,
Viras Touro, que grande maçada!
Estou confuso, minha alma Balança,
Isto dos signos é chato e já cansa!
(José António Duarte)
1 comentário:
A crise não passa pela taberna! Mais um grande texto/poema. 2011 promete por estas bandas.
Subscrevo a opinião do J A Duarte, que, aliás, é pura ciência. Só se deixa enganar pelas Mayas deste mundo quem quer.
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