Como tínhamos prometido, publicamos hoje a mega foto-reportagem da noite de 5 de Janeiro, dando conta de uma vivência tradicional que deve ser preservada, não apenas no concelho mas em todo o país.
O Homem das Tabernas, convidado para a festa, pôde presenciar e comprovar o são convívio que emana destas manifestações culturais, independentemente da nossa posição perante o significado religioso que ali se evocava.
Mas fiquem com as imagens, que a conversa já vai longa:
- Os artistas da música: nas 3 fotos que se seguem podemos observar, em diferentes situações, os que mais "barulho" fizeram para que o povo desse pela nossa presença (Emanuel no acordeão, António Alves da gaita de beiços, Maurício na tarola e o Adriano com uma caixa adaptada a bombo). Destaque-se ainda, na terceira foto, o António (entre o Emanuel e o Adriano), o maior Benfiquista da região centro, o homem que nunca larga a sua boina, esteja acordado ou a dormir.
- As adegas: foram muitas aquelas em que entrámos e provámos o vinho da Terra, nem todo da mesma qualidade, claro está. Aqui ficam algumas onde a pinga até nem era má de todo:
Adega da Vista Alegre. Quem identificar o dono na foto ganha uma taça aqui na taberna.
Adega do Filipe, onde eu provei o melhor vinho, ainda que eu não tenha bebido em todas as adegas.
Adega do Engenheiro Nelson que, para além do seu vinho, ofereceu leite meio gordo aos que já estavam intratáveis.
Adega do António Brito, cujo segredo da boa pinga está nas uvas que ele vai apanhar à aldeia da Ponte
Adega do Sr. Adoindo, com o filho (João) a servir o Alípio, um autêntico "seca-pipas".
- Os cantadores: nesta fase o grupo já estava bastante desfalcado, já que uma parte tinha ido preparar o merecido repasto com os ovos, carne, chouriça (entre outros) que a população foi
oferecendo.
- Os desprevenidos: alguns moradores eram apanhados completamente desprevenidos pela festa que atravessava a aldeia, como foram os casos do Sr. Zé da Cunha (à janela) e do Joaquim (que nos pediu por tudo que não publicássemos a sua fotografia no Homem das Tabernas, por se tratar de um cidadadão respeitável e com uma reputação a defender na Escola Secundária de Penacova, onde trabalha).
- O Presidente da Junta de Freguesia de Penacova: O Vasco merece uma palavra especial, pois aguentou todo o percurso, firme e hirto que nem uma barra de ferro. Chegou a carregar os sacos das oferendas da população para dar o exemplo e, como se pode verificar na imagem, tratou de se munir de luz própria, por conhecer bem a deficiente iluminação de algumas ruas de Gondelim.
- O descanso dos guerreiros: já passava da uma da manhã quando, finalmente, chegámos a casa do Vítor (Sim Sim), onde o merecido repasto já estava preparado, com os ingredientes recolhidos durante a longa campanha. Destaco na primera foto o aniversariante Artur (fazia naquela noite 30 e 11 anos) e na segunda os dois sujeitos à esquerda, que pouco cantaram durante a noite mas que foram os mais lestos na hora de atacar o petisco.
Nota final para dizer que vale mais incentivar estas tradições, que vão morrendo por todo o concelho, do que gastar milhares e mihares de euros em festivais de música pimba. Isto sim é cultura popular!
12 comentários:
Eu já participei num cantar de rei há uns anos (antigamente as Janeiras eram para as meninas e os Reis para os rapazes) e gostei muito, principalmente pelo convívio, até porque as pessoas tendem a fechar-se cada vez mais em casa com a tv. O único problema destes encontros (palo por aquele em que participei) é o mau vinho que às vezes bebemos, dizendo sempre o mesmo : "boa pinga!"
Magnífica posta do meu sócio e que prova que o Homem das Tabernas está presente e activo no concelho, sendo um veículo de promoção do mesmo, através das muitas dezenas de pessoas que o demandam todos os dias!
O que é bom, merece ser divulgado!
Obrigado!
Em Sazes há um grupo que tem andado a cantar para os nossos Bombeiros.
No Sábado a noite foi em Sazes, como já tinha compromisso marcado, não pude acompanhar.
Ontem, com o Comandante Simões ao nosso lado, cantamos em Midões e na Espinheira.
Foi castiço e as pessoas tem aceitado muito bem, mostrando todo o apoio/carrinho que os nossos Bombeiros bem merecem.
Para Sábado está marcado 17H00 no “Portas da Serra” para continuar com Palmazes, Covas e Azevinheiro.
Quem quiser aparecer será obviamente recebido de braços abertos.
De facto, nada disto tem a ver com a cultura pimba que o José António tanto detesta.
Eu estive lá! Valeu a pena.Excelente reportagem,excelente ensaio fotográfico,excelente artigo e crítica.Mais uma vez o Homem das Tavernas a primar pela excelência!(não fui muito repetitivo,pois não?)
Somos um país de brandos costumes.
Os Penacovenses não se querem bonitos,querem-se é a funcionar.
Encontrei nesta noite em Gondelim relações humanas fantásticas.Ciao e obrigado.
Ninguém (acho eu) é contra a cultura popular. Mas não percebo a comparação que querem fazer constantemente. Se vocês apreciam um rally das tabernas, outros gostarão de ouvir musica pimba. Da mesma forma que meio mundo foi ver os U2 e eu não os acho nada de especial. Mas porque não uma sugestão em como se devem apoiar estas actividades? correm é o mesmo risco de sempre: vocês criticam as festas pimba, outros diriam que a câmara estaria a apoiar um grupo que, a coberto de cantar os Reis ou as Janeiras nada mais fez que apanhar uma valente piela naquele dia. è que se formos a ver, é basicamente o que se passa em feiras de tascas e tasquinhas...convive-se e bebem-se uns copos.
Relativamente aos comentários do Pedro Viseu e do último anónimo, cumpre dizer que há por aqui alguma confusão:
1- Eu não detesto a música pimba. Acho que ela tem o seu lugar e às vezes até a acho apropriada para certos ambientes. Eu próprio já dancei e cantarolei ao som da dita música pimba;
2- Já não concordo que, com o orçamento limitado que a nossa Câmara tem, se gastem MILHARES E MILHARES de euros para contratar artistas pimba, quando tantas outras necessidades existem no nosso concelho, inclusive culturais.
3- Quanto ao facto de se apanharem umas pielas à medida que se vai convivendo e cantando. Viva eu muitos anos para repetir esta e outras idênticas iniciativas. Só é pena o vinho ser (algumas vezes) tão mauzinho.
Apareçam sempre.
José António Duarte
Bom, efectivamente será verdade que gostes de música pimba nessas condições que referes, mas não será menos verdade que a cultura que pretendes defender com a tua posição, em nada se assemelha ao simples cantarolar pelas ruas num dia que, por acaso, coincide com o de Reis.
Os Reis cantam-se em várias aldeias, e em muitas delas todos os anos.
O Carvalhal de Mançôres, também cantou e os senhores "Taberneiros" não passaram por lá, tinha ficado bem, com um bocadinho de sorte ainda tinham bebido um copo em Vale de Intela e seguiam por Vale de Sapos (ou será que não conhecem este percurso?!).
Ficam desde já a saber que no próximo domingo, dia 16, será realizada a festa convívio pelo cantar dos Reis, com o convite a toda a povoação (mesmo para aqueles que não cantaram).
Sr. Anónimo: ficamos agradecidos pelo convite que nos faz para a festa dos Reis, ainda que seja estranho receber um convite de alguém que não conhecemos, já que não se identificou. Quuanto ao facto de termos ido apenas ao cantar de Reis em Gondelim, deve-se tão simplesmente ao facto de termos sido pessoalmente/directamente condidados para o efeito. Quem sabe, para o ano, não estaremos aí se para tal formos solicitados.
Espero ter esclarecido as suas dúvidas e fico grato pelo facto do Homem das Tabernas ser já tão importante na divulgação/promoção dos eventos culturais que ocorrem no nosso concelho, ainda que este seja um blogue supraconcelhio e não tenha especial vocação para o efeito. Outros blogues existem com a missão prioritária de divulgação de cartazes/eventos de diversa natureza. O nosso não é para levar muito a sério nem tem cariz institucional. E talvez por não nos levarmos muito a sério somos os mais lidos do concelho.
Um abraço e apareça sempre.
Sou leitor assiduo do Homem das Tabernas e sou o anónimo das 14:21,mas mesmo que escrevesse o nome ficariam a saber o mesmo, mas o convite para o almoço fica na mesma. Agora tenho dúvidas se vocês não querem ser levados a sério, quando não se quer, não se fala de assuntos sérios, por isso tenho algumas dúvidas...
estou muito grato pelo homem das tabernas ter aceite o convite de vir a gondelim terra que dá tanta dõr de cotovelo a algumas aldeias vizinhas e a questão de gostar ou não gostar de musicas pimba não tem nada a ver com o cantar os reis pois é uma tradição que não se pode deixar acabar, e não se anda lá por gostar da musica mas sim por gostar do convivio que se vive nesta noite, e para essas pessoas que pensam que os convivios são para beber uns copos ( se embebedar) não,não servem para isso tambem pode acontecer, mas mais val nesses locais do que em casa sozinho sem ter ningem que convide ou apareça mas ningem que queira a nossa presença por isso é que se convidam os amigos e se chama convivio é para conviver, viver a vida na sociedade, coisa que muita gente não faz. pois meus amigos a vida são dois dias e olhamos para tráz. morre tanta gente jovem quem sabe o proximo não somos nós vamos viver a vida com alegria e com os amigos viva a vida viva o convivio viva os copos viva as patuscadas viva a vida
Enviar um comentário