sábado, 28 de janeiro de 2012

JERICO ANTIGO DAS TASCAS - Conto tradicional


Nome de prato de Bacalhau era jovem e tinha sonhos.
Um dia decidiu que queria ter uma ideia e por isso convocou um dos seus dois neurónios e o dito decidiu que era pela internet que se faria grande. São ferramentas da modernidade e a nossa cara nem tem de estar atrás de nós, sobretudo se temos vergonha ou se a luz dos dias nos oprime a menina do olho.
Os dias eram repetidos e um dia decidiu que haveria de dar a volta à sua solidão redonda, que carregava nos ombros como um fardo e ainda por cima, estava farto de jogar ao "cinco contra um" e os "cinco" tinham calos e o "um" borregas de sofrimento e a pele vermelha de coçada.
Certo dia, ligou o seu processador com televisão e criou um cantinho para se lambuzar. Chamou-lhe "Jerico antigo das Tascas" e decidiu que haveria de ter piada e fazer rir os seus amigos. Mas os dias passavam, os amigos encolhiam como o "um " com o frio e como ninguém lhe ligava, decidiu sortear um "inimigo imaginário". Deu-lhe uma identidade, um poeta, alguém que ele quereria ser e no fundo invejava, mas que serviria para destilar a sua solidão redondinha como uma bola de râguebi. 
Nome de prato de Bacalhau, ao fim de muitos dias teimosos, percebeu que ninguém lhe ligava  e os dias voltavam ao que sempre foram e o "cinco contra um" era a solução para tornar tudo menos mau e mesmo correndo o risco das borregas, tudo era melhor que nada e a troco de dez segundos de olhos semi-cerrados e aceleração cardíaca, a vida tornava-se minimamente suportável por trás daquele onanismo de balcão feito desporto.
Até que um dia achou que era tempo de asneirar, dizer palavrões, ofender tudo e todos porque todos o ignoravam e mesmo o "um" do seu jogo já não alinhava no gozo, mantendo-se quieto na sua curvatura de inclinação sinistra. Olhava à sua volta e via cadeiras vazias, costas de amigos e os seus "cinco amigos", até então dados à glória da fidelidade, enfermavam agora de tendinites e declararam Ramadão, dedicando-se a Jeová, ignorando morcelas assadas e arroz malandro e vergando-se aos pézinhos de coentrada previamente mastigados pela mingua de dentes na origem.
Por fim, teve um rasgo de lucidez e foi guardar rebanhos para a Serra dos Pinheiros Ausentes, sentado numa pedra e alinhavando cantigas de embalar ao som de vozes de grilos que lhe iam cantando o e um amor que nunca teve!


16 comentários:

Anónimo disse...

Fantástico. Quem for capaz de entender este texto, verá o quanto ele bate fundo na carola de algumas pessoas. Muitos parabéns!

Anónimo disse...

hehe mas dáme ideia que o visado não terá inteligencia para se sentir aqui retratado.

Os meus parabéns.

E o campeonato de blogs? afinal como é que ficou a taberna?

Anónimo disse...

Bem encomendada!

Anónimo disse...

Já cá está o nome de prato de bacalhau. Pelo menos reconheceu-se no texto. Encomendas não são fáceis neste Blog. Mais vale entregar-se à tal história do "cinco contra um", mas cuidado com as tendinites!

Anónimo disse...

Uns com tendinites, outros com fissuras no esfincter.

Anónimo disse...

Tens a mania!
Ai tens tens!

Anónimo disse...

sarcasmo com sarcasmo

http://machoactualdasadegas.blogspot.com/2012/01/grazie-luigi.html

Anónimo disse...

Pessoal, o Zé do Pipo arrasou o A. Luís no blog macho atual das Adegas, até doi.

Anónimo disse...

É verdade A. Luis, depois de ver o outro blog só poso dizer que tiveste o que mereceste!

Anónimo disse...

Estavas à espera de quê?
Incha!

Anónimo disse...

Acho bem que o Sr. António Luís seja posto no seu lugar. Bem feito!
Dá-lhe mais, zé do pipo.

Anónimo disse...

Sou sua fã desde os tempos que escevia no Jornal de Penacova, A. Luis, mas o que fez só podia ter este desfecho!

Anónimo disse...

O texto do sr A. Luís é uma vergonha. Deveria questionar seriamente a sua continuidade no homem das tabernas. Com os novos taberneiros, penso que o blog dispensa o seu permanente ar de gozo.
Fique aí pela ilha que não faz falta nenhuma aqui.
Retrate-se.

Anónimo disse...

Snceramente senhor A. Luís, achava-o superior a estas coisas.
Teve o que merecia há muito por causa do seu permanente gozo com a inteligência das pessoas de penacova é uma vergonha.
Teve o que merecia. Deveria pedir desculpa aos seus colegas da taberna.

J. Silva disse...

Lembro-me de uma vez o António Luís ter insultado a Casa do povo de Penacova no Jornal de Penacova e já nessa altura foi posto no sítio pela sr. D. Fernanda Pimentel.
Só sabe criticar e ninguém sabe o que é que já fez pela sua terra.
Agora que está na ilha da Madeira devia aproveitar para se calar, como já aqui foi dito por outras pessoas.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

As Casas do Povo também se insultam?
Ou as pessoas que fazem parte dela?
Ou os órgãos dessa instituição? Não se percebe tanta raiva destilada contra este homem.
Será por dizer umas verdades?

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